Eles ficaram chocados! Num ambiente onde todas as mulheres se vestem com camisas fechadas até o pescoço e punho, vestidos ou saias que vão até as canelas, a imagem da moça com o vestido curto cor de rosa tirou todos do sério. Por isso, em coro, sem pensar duas vezes, começaram os xingamentos. Como que o local de estudos daqueles indivíduos poderia conceber tal atitude de uma colega? “Vamos humilhá-la para que ela aprenda a lição”, pensaram (eu acho).
O assunto da estudante da Uniban, que teve que sair escoltada pela polícia após o tumulto causado por conta de seu vestido cor de rosa curto me causou surpresa. Não imaginava que uma vestimenta tão comum no Brasil fosse motivo para tanto. Achei que a notícia ia morrer ali. Mas ontem (09/11), a decisão da própria universidade de expulsá-la me assustou. Então, a própria Uniban concordou com o ato da mais total falta de respeito de seus estudantes? Independente da roupa, ninguém tem o direito de humilhar outro em público. Um absurdo! Claro que, após protestos, a universidade voltou atrás. E como motivo da expulsão, a Uniban escreveu que a moça feriu os códigos morais da universidade...lamentável!
Não conheço a moça, não consegui ver direito a roupa que ela usava no dia da confusão. Mas me pareceu um falso moralismo a revolta do grupo de estudantes. Pra quê tudo isso? Fico imaginando como as moças da Uniban se vestem. Talvez, no dia da matrícula, a universidade entregue uma lista com o código moral que proíba determinado tipo de roupa.
Desabafo: Na última sexta-feira, eu voltava para a casa às 16h e já via a festa que estudantes de uma outra universidade particular (nos moldes da Uniban) preparavam na minha rua: pessoas com copos e garrafas de cerveja e música muito alta. A festa que, às 20h tomou conta da rua e dificultava a passagem de carros (uma boate ao ar livre), durou até depois da meia-noite. Impossível até de assistir televisão de tanto barulho! Na manhã seguinte, uma sujeira só! (detalhe: isso é bem comum de acontecer lá) Na hora, lembrei do caso da moça do vestido cor de rosa e pensei que foram esses mesmos estudantes que ficaram “chocados” com a situação...
P.