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Incansável leitora, amante das cartas - meio que adorava se expressar – e a mais “insistente” fotógrafa da família, que pedia paciência para esperar a máquina “cargar”. Costureira, bordadeira e criadora de aconchegantes blusas, toucas e os famosos sapatos de lã. Apressada e atrapalhada.
A responsável por disseminar a receita das deliciosas “croquetas”, que dão água na boca só de imaginar. Minha companheira de caminhadas pelo centro de Araraquara com a necessidade engraçada de sempre comprar calcinhas.
Possuidora de uma bolsa que era como um tesouro, que guardava toda sua vida, como a agenda telefônica, na qual anotava os contatos de todos da família. Porém, só os “oficialmente da família” eram passados à caneta. Os outros continuavam a lápis, precaução adotada caso tivessem que ser apagados. Telefonava em todos, eu disse TODOS, os aniversários.
Muito vaidosa, não deixava de estar sempre com batom e com seu anel de pedra verde. Não tinha furos nas orelhas, mas usava brincos de pressão.
Saudade não era uma palavra de seu vocabulário natal, porém ela sabia como ninguém seu significado quando pensava em sua terra.
Apesar de reservada, tinha uma presença contagiante entre filhos, noras e netos, com os quais era bastante carinhosa. Adorava conversar, aliás esse era seu traço mais marcante, já que possuía um idioma único, mas que todos da família entendiam.
Surpreendeu a todos com uma força incomum e louca vontade de viver!

São detalhes de sua vida e personalidade que estarão sempre guardados em meu coração e que farei questão de contar aos meus filhos e netos.

Te amo, vó!

P.