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Estou lendo “Alucinações Musicais”, do neurologista Oliver Sacks, em que ele discorre sobre diferentes quadros clínicos mostrando a influência e até o poder que a música consegue exercer no cérebro, como dar ritmo a pacientes com dificuldades de movimento, por exemplo.

Com essa leitura, comecei a pensar na música e nos sons e qual a minha relação com isso. Bem, quanto à música posso dizer que sou um zero à esquerda. Sei apreciar, mas não sou apaixonada. Acho belíssimo quem sabe tocar algum instrumento, porque me parece uma tarefa de outro mundo. Minha irmã, quando fazia aulas de órgão e treinava em casa, tentou me ensinar, mas acho que não consegui nem tocar o “Parabéns para você”! Para mim, as partituras são um enigma e é mais fácil eu tentar entender chinês do que chegar perto de interpretar aquilo.

Meu avô tem uma coleção vasta de tudo o que se relaciona com música clássica e, desde pequena, me acostumei com essas músicas, mas mesmo assim essa experiência de infância não me influenciou a ponto de fazer eu ter interesse pela arte musical.

Mas o fato de eu ser distante de música não quer dizer que não tenha um bom ouvido (óbvio, não para música!). Aliás, ouço bem até demais. Assim, fico irritada com um som alto na rua, seja do trânsito, de alarme, de alguém falando alto, ou dentro de casa, quando a TV está com volume alto. Pareço uma velha ranzinza!

E o pior é que a minha boa audição me causa um pequeno transtorno: ter a minha atenção facilmente levada para a conversa de um desconhecido, que não precisa estar muito próximo a mim. Sinto-me uma antena parabólica!

Se estou no ônibus ou metrô e consigo ouvir a conversa das pessoas, fico prestando atenção. E o mais triste é que os assuntos que escuto não tem importância nenhuma para minha vida. Nessas horas, tento me desligar, mas não consigo.

Quando viajava de ônibus todos os finais de semana e na poltrona da frente ou de trás ou do lado tivessem duas pessoas conversando, ficava a viagem inteira escutando e acabava até conhecendo uma parte da vida das pessoas: fulana que brigou com o namorado, que vai visitar a avó, que começou em um novo emprego etc.

Quando eu tinha um walkman ou discman (é...isso faz tempo) era a única forma de me distrair, mas não era sempre que conseguia fugir dessa situação. Se eu tinha algum livro, também conseguia me desligar, mas tinha que ser “O livro com A história”, aquelas que prendem o leitor.

Por que a minha atenção é levada para conversas de desconhecidos, eu não sei! Só sei que isso me atormenta e demoro para perceber que estou fixando meu pensamento em algo que não tem nada a ver comigo. Quando tenho consciência disso, já é tarde demais para desviar a atenção. Ai se esse meu interesse se voltasse para a música....como seria mais proveitoso!

P.
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Na semana passada estava passeando no shopping Paulista, o shopping dos 3 dígitos (já perceberam que tudo lá custo no mínimo 3 dígitos?) e parei em frente a uma vitrine de Melissas. As sapatilhas e chinelinhos têm um design incrível e parecem bem confortáveis.

Bem, apesar de gostar de Melissas, não posso usá-las. E não é por alergia ao plástico não, é porque meus pés transpiram muito. O nome científico do meu caso é hiperidrose. Não é que eles ficam apenas úmidos....é uma situação que me faz escorregar. Brinco que as Melissas teriam que ter um sistema de drenagem para que pudesse andar com elas.

O mesmo acontece com as Havaianas, que também acho lindíssimas. É impossível eu usar estes chinelos. Meus pés se transformam num manguezal. Nunca estive em um, mas tenho certeza que eles são assim.

Só consigo usar esses calçados de plástico e borracha no frio. Mas quem vai usar chinelinhos no frio? Teria que me mudar para a Finlândia para usar Melissas e Havaianas.

O engraçado é que me lembro de usar sandalinhas de plástico na infância (deveria ser Melissa, que vinha com uma bolsinha). Mas só tenho um flash de um dia estar andando na rua com a minha mãe e me sentir incomodada porque meus pés estavam em bicas.

Mas eu ousei e, no começo deste ano, comprei uma Havaiana, uma que fecha no calcanhar. Já usei bastante, mas não no calor...Tem que estar um dia mais fresquinho. As Melissas ainda não tive coragem de comprar.

Claro que tenho sandálias, mas todas têm o solado forrado. São super difíceis de achar e quando eu acho, tem que durar muito tempo. Mas quem disse que o tecido da sandália aguenta ficar molhado por muito tempo? Tenho que lavá-las toda hora!

Já me revoltei muito com isso. Hoje só faço piada e não deixo de namorar essas sandálias e chinelos.

P.